terça-feira, 28 de agosto de 2007

Estética da Periferia _ quem não foi, perdeu!

Assim são os museus, provocativos e instigantes. O MAMAM (Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães) traz a mostra “Estética da Periferia: Diálogos Urgentes” que reúne fotos, moda, design, arquitetura, artes visuais, comportamento e objetos representativos da produção cultural dos subúrbios do Recife.
A exposição é a continuidade do projeto idealizado no Rio de Janeiro que originou um debate no auditório da Livraria Cultura acontecido em Maio deste ano. Onde estiveram presentes artistas, designers, arquitetos, e fotógrafos que reuniram um grande acervo sobre o tema.
São diversas obras que demonstram a identidade cultural, criativa, alegre e única de um universo que se encontra às margens da sociedade e dos grandes centros do país.
A exposição funciona como instrumento de mobilização e soa como um grito de mudança de perspectivas outrora consolidadas.
Antes, a vida das pessoas nos subúrbios era de luta por sobrevivência num mundo cruel repleto de miséria e violência, esquecido pelas autoridades governamentais e desprovido de recursos básicos de higiene e saúde. Hoje, apesar de não ter mudado muita coisa, é cada vez mais visível a transcrição dessas características dos subúrbios por intermédio do poder de resistência, da força de vontade e da coragem de seguir adiante enfrentando as dificuldades e vencendo os desafios no processo de inclusão social e cultural através da arte, da música e comportamentos em geral.
Depois do Movimento Mangue Beat, a sociedade voltou os olhos para o subúrbio com curiosidade, tentando entender que tipo de arte brasileira seria essa, tão repleta de personalidade e atitude que fazia sucesso na Europa e Estados Unidos e que havia passado despercebida pela mídia nacional.
Se era real, como isso seria possível?
Mas até onde vão as fronteiras e os limites entre os centros e a periferia?
Será que existem limites para a produção artística?
O fato é que Recife mais uma vez se firma como pólo multicultural de manifestações artísticas com a irreverência e o inconformismo intelectual de sempre.
Segundo o Mundo Livre S.A., você não deve esperar nada do centro se a periferia estiver morta. Uma verdade confirmada, pois no Recife, o centro está povoado da periferia. Nos comércios ambulantes, nas calçadas, nas caras, no ritmo frenético das vozes e buzinas misturadas num trânsito confuso e atrapalhado por veículos, pedestres, bicicletas e catadores de lixo com suas carroças tão grandes quanto invisíveis mas que ajudam a compor a paisagem da nossa cidade. Quem vive esse cotidiano provavelmente acredita e concorda que Recife é mais periférico que “central”. Principalmente sob a ótica que periferia é sinônimo de local de pobreza e baixa renda.
Os reflexos disso estão a nossa volta, no rádio, na televisão e uma síntese disso tudo está à mostra na exposição. Os costumes, a moda, as artes, a poesia, a música tão irreverentes quanto autênticos e especialmente dinâmicos e coloridos.
As descobertas que podemos fazer através do resgate dessas informações podem nos revelar instantes do cotidiano, relações sociais e técnicas construtivas e de produção de arte contemporânea. Somente com este contato vamos formando uma identidade visual que nos possibilita entender e compreender tudo o que nos cerca.

é do cotidiano que surgem as idéias...


nos becos de grades surgem as inspirações

cultura contraditória - inglêsXnordestinês
outros dois extremos possivelmente alcançáveis e táteis entre si


no morro também tem poesia, sim senhor!
recheada de rima, criatividade, rotina, alegria e bom-humor


arte + crenças
crenças + crenças
crenças + futebol (em cima tinha um monte de bandeirinhas vermelho-preta-branca)
todas se somam e se misturam
e não é que funcionam de um certo modo

dentro da sabedoria popular
tem todo remédio que você precisar


olha a figuinha escondida ali
proteja-os ô pai


capibar presente mostrando toda a sua integração e responsabilidade social

a casa da coca é o máximo, não?
mas naquele dia pra mim, faltou algo ali no chão...
... ... ...


amo essa foto!
o colorido, o conceito, as luzes, as peças, tudo!


panorama


todos acham bonitinho...
perfeitinho...
legalzinho...
mas será que ninguém lembra da realidade que representa?
fico preocupada...


e a arte inspira as crianças...
também, com uma parede dessa...
eu quero!!

e essa parede fofa? dá vontade de deitar nela...


"elegante, não?
essa exposição de arte tá até requintada..."
pois é produto reciclado! observe as pecinhas de tomada e os canudos de jornal...
o que pra alguns é lixo, pra outros é de onde se tira com criatividade o sustento da família.
por que a beleza e austeridade dos produtos manufaturados podem estar e vim de qualquer lugar. basta que se tenha oportunidade e ferramentas para transformar o lixo em luxo.
e as pessoas precisam mudar seus conceitos!...
(resposta a uma perua que pousava de culta!! hehehe)


reprodução da escadaria do alto nossa srª da conceição.
pelo projeto altas artes da prefeitura do recife

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